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A constante disputa de poder que se mantém até mesmo durante uma pandemia

Entre a curva de popularidade e a curva de transmissão do vírus, qual das duas está sendo mais levada a sério pelos governantes?

Por Virginia Santos*

Crédito: Taylor Woodrow

A fala sempre ocupou um papel importante em nossa sociedade, pois é através dela que conseguimos expressar nossas ideias e vontades para outras pessoas. Durante esta pandemia por que estamos passando, é impossível não refletir sobre os discursos de inúmeros chefes de governos e chefes de Estado ao redor do mundo. E é mais impossível ainda não avaliarmos as suas ações em um momento tão crítico.

Estamos em uma ocasião em que a empatia e união deveriam ser os gestos mais recorrentes em todas as esferas de nossa sociedade. A Islândia está se mostrando um ótimo ator nesse quesito. A primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir tem oferecido testes gratuitos de corona vírus a todos os seus cidadãos. Seguindo os mesmos passos, não muito longe, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, teve a ideia de usar a TV para conversar e tirar as dúvidas dos jovens de seu país.

Porém, concomitantemente a isso, há vários jogos políticos acontecendo em outros lugares do mundo. Nos Estados Unidos da América, o presidente Donald Trump encontrou tempo para se declarar “autoridade total” sobre os estados no tocante da reabertura do país. Enquanto isso, até o dia 16 de abril, o país já contava com mais de 600 mil cidadãos infectados pelo novo vírus. Ademais, Trump ameaçou suspender as duas casas do Capitólio para forçar nomeações às quais os democratas se opõem.

Na América do Sul, o presidente Jair Bolsonaro vem tendo conflito de interesses com o os governadores dos estados quanto às medidas de isolamento social. Chegou a ironizar “Tá com medinho de pegar vírus?”, enquanto se referia aos governadores dos estados de São Paulo e Santa Catarina, que adotaram medidas mais severas. Por divergências de opinião, na sexta-feira, 16, também demitiu o então ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta de seu posto.

De um lado, há preocupação em controlar a curva de transmissão do vírus; de outro, a curva de suas respectivas popularidades. Trata-se de um cabo de guerra, com preocupações legítimas, mas que precisa se manter equilibrado.

* Aluna do segundo ano diurno do curso de Relações Internacionais na Universidade Positivo (2020).

Referências

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