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As Consequências das Mudanças Climáticas

As mudanças climáticas cada vez mais evidentes no mundo, trazem sérios prejuízos a todos, quem irá se responsabilizar?


Por Elisa Spagnollo*

Fonte: https://sustentavel.com.br/mudancas-climaticas/ (editada)


As grandes inovações, tecnologias e praticidades trouxeram para o mundo moderno e para a população mundial agilidade para o cotidiano da humanidade, porém essas benesses da vida contemporânea têm seu preço, e atualmente o valor está sendo pago pelo planeta. A intensificação do aquecimento global traz problemas mundiais em todos os aspectos, e um dos setores com maior prejuízo é o da agricultura.


O Brasil enfrenta ano após anos invernos mais secos, e temperaturas mais baixas, perdendo safras de vários alimentos. A Europa e a América do Norte por sua vez registram a cada ano verões mais extremos em todo seu continente, o que vêm acarretando vários desastres naturais. Um exemplo disso é a cidade canadense de Lytton, que registrou no ano de 2021 em seus termômetros 49,6 °C, marca essa que superou em 4,6°C a temperatura mais alta registrada até então no Canadá. Enquanto isso, na China, uma estação de metrô ficou totalmente alagada em Zhengzhou após chuvas torrenciais atingirem a região central do país ou o caso da pequena ilha de Tuvalu que vem recebendo destaque ultimamente por causa dos sérios riscos de desaparecer mediante ao aquecimento global. Todos esses eventos extremos da nova realidade, registraram centenas de mortes, e muitos prejuízos para famílias e cidades.


O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), da ONU, realizou um relatório que foi aprovado por 195 países, que quantificou a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura da Terra, e comprovou que o excesso de calor da mesma vai continuar aumentando se não tomarmos medidas que parem com a grande emissão de gases e poluição causada pelas ações humanas. O documento também serve de alerta para os grandes desastres naturais, exemplo disso é o aumento extremo dos níveis marítimos que ocorriam uma vez a cada 100 anos, mas agora devem ocorrer uma vez a cada um ano, podendo causar grandes enchentes.


Com todos esses acontecimentos relatados, a pergunta que fica é a quem devemos responsabilizar pelos efeitos catastróficos das mudanças climáticas, desmatamento e poluição? Somente os Estados? Qual é a parcela de responsabilidade de cada indivíduo? E o que o setor privado tem feito para corroborar com todos esses desastres?


Para enfrentar este desafio global, vários líderes mundiais se encontraram para discutir eventuais soluções para os problemas que seus Estados criaram. Os países com “maior parcela de culpa ” e com maior orçamento disponível para essas soluções, avaliam as propostas impostas por outros Estados para eventuais patrocínios. Os EUA pretendem reduzir as emissões de CO² pela metade até 2030, porém, ao longo dos anos, acompanhando o posicionamento das grandes potências, apesar de usarem bons discursos, quase nunca foram revertidos em práticas eficientes.


O outro lado, que diz respeito aos indivíduos, teve sua “palavra” defendida dentro do discurso de vários jovens e os intitulados “coaches”, que conquistaram o mundo assim que a pandemia iniciou. As enxurradas de compartilhamento sobre enchentes na Ásia, queimadas na Europa, poluição na atmosfera, além de notícias de como a pandemia proporcionou águas cristalinas nos canais de Veneza. Reforçando a ideia de que o ser humano precisa urgentemente avaliar suas condutas, seu nível de consumismo e sua maneira de viver, e muitos comentários do tipo “ o ser humano é o vírus da Terra” foram vistos com maior frequência nas redes sociais, que cada vez mais têm mais poder de influência sobre diferentes grupos de pessoas. A conclusão que se via dentro desses posts, geralmente mal fundamentados, é que a Terra não precisa dos seres humanos para viver, mas os seres humanos precisam da Terra para sobreviver.


Nesse contexto, o ecofascismo¹ mostra-se como uma crença de que a única maneira de lidar com as mudanças climáticas enfrentadas por todos, é por meio da repressão e violência contra as populações que possuem uma “parcela de responsabilidade maior”. Aqueles que acreditam nessa visão, utilizam de uma versão radical do conceito de “ecologia profunda”, e reproduzem o pensamento de que deve haver uma redução drástica na população. Eles optam pela culpabilização do indivíduo, em vez de apontar o papel que as grandes e bilionárias corporações têm na mudança e depredação dos nossos ecossistemas.


¹ Ecofascismo é um movimento ambientalista que mistura elementos do fascismo com ambientalismo e naturalismo.


*Aluna do sexto período de Relações Internacionais na Universidade Positivo (2021)


Referências:


CENTENERA, Mar. Sem Bolsonaro, a América Latina pede financiamento internacional para enfrentar as mudanças climáticas. Disponível em: https://brasil.elpais.com/sociedade/2021-09-09/sem-bolsonaro-america-latina-pede-financiamento-internacional-para-enfrentar-as-mudancas-climaticas.html. Acesso em: 21 set. 2021.


DAMASCENA, Breno. Ecofascismo: em defesa do planeta, movimento prega xenofobia e 'limpeza'. Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/09/24/ecofascismo-prega-que-algumas-vidas-sao-mais-importantes-que-outras.htm. Acesso em: 21 set. 2021.


DANTAS, Carolina. Mudanças recentes no clima causadas pelo homem não têm precedentes, aponta relatório da ONU. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/aquecimento-global/noticia/2021/08/09/influencia-humana-e-responsavel-por-alta-de-107c-na-temperatura-global-estima-relatorio-do-ipcc-orgao-da-onu.ghtml. Acesso em: 21 set. 2021.


NÃO INFORMADO. As Mudanças Climáticas. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/. Acesso em: 21 set. 2021.


SALATI, Paula; SOUZA, Vivian. Veja como as mudanças climáticas podem impactar a produção de alimentos no Brasil. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/08/09/veja-como-as-mudancas-climaticas-podem-impactar-a-producao-de-alimentos-no-brasil.ghtml. Acesso em: 21 set. 2021.


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