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O oásis e a Suíça da América Latina

A população foi às ruas protestar contra o aumento da passagem em horários de pico

Por Diovanna Ramos*

O Chile, no final do período ditatorial, diferente dos outros países da América do Sul, não promulgou uma nova constituição. Ou seja, os princípios que regem as leis do país foram criados num período de exceção. Tais leis tiveram o neoliberalismo como fundamento, sendo elas um exemplo de economia aos liberais contemporâneos. O Chile, assim, seria elogiado e chamado de ‘Suíça’ da América Latina, por Paulo Guedes, ou ainda de oásis pelo atual presidente Piñera. Porém, pouco tempo depois, a população foi às ruas protestar contra o aumento da passagem em horários de pico, um comportamento já vivenciado por países do sul da América. Como no caso do Chile, os protestos evoluíram para movimentos contrários à desigualdade e aos privilégios de poucos no país.

Tamanha a insatisfação fez com que os protestos se tornassem violentos com diversos casos de depredação do patrimônio público e de repressões duras por parte da polícia e do exército. Tais acontecimentos fizeram com que até mesmo o atual presidente fosse denunciado ao tribunal internacional pela forma com que ele agiu contra a população.

Por isso, a simbologia citada aqui neste texto, utilizada pelos governantes, se tornam irônicas e rasas para se definir um país como o Chile, onde a ideia de Suíça fica no imaginário e o liberalismo aplicado foi distorcido com privatizações ineficientes para as parcelas mais carentes da população. Já o oásis chileno fica apenas no âmbito das crenças ilusórias, mostrando-se uma miragem quando se olha de perto.

* Aluna do primeiro ano diurno do curso de Relações Internacionais na Universidade Positivo (2019).

Referências

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